Projeto A Poupança | Reassuma o controlo das suas finanças

Os impostos aumentam, o valor das rendas de casa cria caos no orçamento mensal e os preços dos alimentos sobem de semana para semana, deixando as famílias com um enorme aperto nas suas finanças. Como é que vamos esticar o orçamento familiar para conseguir fazer poupanças e garantir que o dinheiro chegue até ao ultimo dia do mês? A resposta talvez esteja na necessidade em fazermos um “reset” aos nossos hábitos de consumo e até mesmo de poupança.

Há um ditado que diz: “O que não controlamos, controla-nos!”

Dê a volta à situação e passe a controlar o seu dinheiro! Comece por tomar nota de todas as despesas, mesmo aquelas que lhe pareçam irrisórias. Faça isto durante um mês, sem receios, sem culpas e sem se julgar. O que vai encontrar reflete-se no seu estilo de vida e, caso tenha de o mudar, altere-o encontrando as melhores vantagens e soluções para gastar menos:

• Faça um orçamento todos os meses e reveja-o todas as semanas. Partilhe este orçamento com toda a família, incluindo os filhos. É fundamental que todos vivam de acordo com a real capacidade financeira da família. As crianças, quando envolvidas e responsabilizadas, até passam a ser menos exigentes.
• Pare de se culpar ou de culpar outro elemento. Controle os gastos. Reúna a família e decidam em conjunto, os gastos que devem acabar.
• Viva abaixo dos seus rendimentos. Se o fizermos temos sempre margem para os imprevistos que nos surgem na vida, não tendo de ver o dinheiro a faltar ainda no meio do mês. É importante não esquecermos que a nossa taxa de esforço, isto é, o que pagamos por mês em prestações de empréstimos, não deve ser superior a 40% do nosso rendimento mensal.
• Todos os meses, poupe á cabeça e de forma automatizada! O valor ideal são 10% do rendimento mensal, sendo que este é o máximo de variação no nosso rendimento que toleramos sem alterações no nosso estilo de vida. Lembre-se que mais importante que quando poupa é a regularidade com que o faz! Não faça uma gestão do seu dinheiro mensal à espera que sobre algum no fim do mês situação que raramente acontece.
• Defina objetivos financeiros. Só quando temos um grau de motivação elevado é que conseguimos alterar comportamentos ou mudar os nossos hábitos. Neste campo é começar por definir objetivos financeiros de longo, médio e curto prazo. Haverá sempre a tentação para maiores gastos ou poupanças menores. Se definir bem os seus objetivos, será fácil resistir a certos gastos. Caso o seu objetivo seja a universidade dos seus filhos, por certo as suas compras serão mais conscientes. Estes objetivos permitem definir o seu plano de ação financeira e deverá respeitá-lo.
• Faça sempre uma lista das suas compras e respeite os seus limites de gastos. As grandes superfícies comerciais emitem um feroz apelo a um consumo de mais bens do que aqueles que precisamos. Para ultrapassarmos as ratoeiras criadas pela publicidade e o marketing, precisamos distinguir com clareza as nossas necessidades dos nossos desejos. Assim, faça uma lista do que necessita e cumpra-a, não esquecendo de não sair com fome para fazer as suas compras, porque existe sempre a tendência de trazermos o que não necessitamos.
• Abrir uma conta, mudar o contrato dos seus serviços de telecomunicações, escolher um crédito à habitação ou ao consumo ou mesmo um investimento, faça-o após ter recolhido toda a informação necessária, perguntar o que não esteja a perceber. Lembre-se que não é vergonha perguntar e, quem esteja a vender o produto tem obrigação de lhe explicar tudo, de forma clara! Sobretudo não tome decisões de nada sem comparar várias propostas. Comparar equivale a poupar! Deixamos duas regras fundamentais:

1. Nunca assine nada sem compreender, isto é, nunca adquira um produto que não entende.
2. Nunca invista mais do que 10% das suas poupanças em produtos com risco ou perda de capital.

• Como ganhar dinheiro extra? Desenvolva o seu espirito de iniciativa. Analise os seus talentos, isto é, o que gosta ou tem mais jeito para fazer. Com base nestes talentos determine a melhor forma de os valorizar para aumentar o seu rendimento. Desde o arranjo de roupas, a fotografias, ações de formação, etc.
• Concentre-se no que já tem e não no que lhe falta. Mais importante do que sermos positivos é estarmos gratos, reconhecidos de tudo quanto material e imaterial temos na vida, como saúde, família, amigos, etc. Faça, periodicamente, uma lista das coisas que conquistou e pelas quais se sente grata(o), não só reduzirá a vontade de comprar desordenadamente, mas também a/o capacita a criar mais, porque reconhecerá a sua capacidade de criar muitas coisas boas na sua vida!
• Outra forma de reconhecer o quanto tem na sua vida é doando. Doar roupa, livros, brinquedos ou mesmo o seu tempo. Doar ajuda a fortalecer a capacidade de criar e a fortalecer a nossa autoestima.
• Domine-se e treine muito. Estas competências do dinheiro requer um treino diário e acima de tudo lembrarmos sempre que o nosso valor depende daquilo que somos, não daquilo que temos!

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