Obras do acervo artístico

Américo da Silva Marinho nasceu no Barreiro a 28 de janeiro se 1913. Era filho de Herculano Marinho e de Albertina Gualdino da Silva Marinho.
Fez os seus estudos nos Liceus Camões e Passos Manuel.
Em 1927 concorre à Escola de Belas Artes de Lisboa com duas aguarelas, onde ingressa. Nos sete anos de duração do curso, obtém sempre as mais altas classificações.
Em 1930 é convidado, em representação do Barreiro, a participar na Exposição Distrital de Setúbal. Participa com 13 obras.
Em dezembro de 1930 sai o 1º número do Jornal humorístico “O Riso do Barreiro” onde já estava colocado como Desenhador-Chefe.
Em 1935 inicia a sua carreira de professor.
Durante mais de três décadas, participa em inúmeras exposições pelo continente e ilhas, tendo ganho variadas distinções e prémios.
Américo Marinho foi autor de um vasto número de obras, sendo que a sua grande maioria são desenhos. Era um exímio desenhador, tendo inclusive efectuado desenhos para outros artistas, nomeadamente para a realização de Xilogravuras de Manuel Cabanas.
Estes desenhos, muitos feitos com um simples lápis ou esferográfica num qualquer pedaço de papel, eram executados com uma perícia única. Desde retratos da família e amigos, a esboços feitos nas viagens de barco para Lisboa, dos companheiros e demais passageiros, o artista executou.
A Câmara Municipal do Barreiro é possuidora de 139 obras doadas pelo autor, em 1996.

António Patacas nasceu em outubro de 1921, numa casa do Beco de S. Francisco, no Barreiro.

Cresceu numa família humilde. Eram 21 irmãos. Aprende a ler sem ter frequentado a escola oficial e começa a trabalhar numa fábrica de cortiça existente junto ao antigo Asilo D. Pedro V. Mais tarde trabalha na fábrica do Herold, na Recosta e na Cordoaria do Nicola.

Com 11 anos de idade entra para a CUF, para a fábrica dos adubos. É nesta fábrica que faz todo o seu percurso de trabalho, e onde chega a Empregado de Escritório.

É autor de 13 quadros a óleo sobre tela, doados à Autarquia em 2011. Doou também muito do seu espólio fotográfico.

O interesse pela fotografia começa cedo, e o seu trabalho é apreciado por Augusto Cabrita, que o contrata para efetuar as sessões de casamentos e batizados.

Fez dezenas de fotografias dos seus conterrâneos, homens e mulheres, alguns de traços marcados pela idade e dureza da vida, outros felizes pela objetiva do amigo de longa data.

António Patacas foi ainda autor de 13 pinturas onde, tal como se de uma fotografia se tratasse, apenas usou o preto e o branco para retratar as ruas, tantas vezes percorridas na sua juventude.

Augusto Cabrita nasceu no Barreiro em 1923.

Possui no seu currículo inúmera filmografia e reportagem fotográfica.

Em 1985 foi distinguido com o Grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique. Em 1986 recebeu o Medalhão Barreiro Reconhecido na Área da Cultura Artes e Letras e em 1991 a Medalha de Mérito Distrital. Foi ainda distinguido com variados prémios pelo seu trabalho em Cinema e Televisão.

Em 1993, a Câmara Municipal do Barreiro adquiriu ao autor 103 fotografias. Destas, 38 foram expostas na inauguração da Galeria Municipal de Arte, em 28 de Junho de 1995.

Augusto Cabrita levou a sua arte pelo país e pelo estrangeiro. Profissional da imagem, possui um vasto leque de trabalhos, realizados quer na vertente cinematográfica, quer fotográfica. Os diversos trabalhos realizados no Barreiro são pedaços de história da sua e nossa terra, e uma demonstração da sua mestria.

Em 1964, Augusto Pereira Valegas cria os Jogos Juvenis do Barreiro.

Realizados depois do encerramento do período escolar, as chamadas férias grandes, contava com diversas atividades desportivas, movimentando largas centenas de jovens, não só do Barreiro, como também dos concelhos limítrofes.

Em 1974, realiza-se a ultima edição do JJB.

Augusto Valegas doou à Câmara Municipal do Barreiro dezenas de fotografias a preto e branco, da autoria de José Trindade, dos participantes nas diversas provas desportivas.

A mostra que apresentamos é a demonstração do trabalho imenso realizado com e para a juventude do Barreiro.

Belmiro Ferreira nasceu em 1912. Operário têxtil na CUF e músico da SIRB “Os Penicheiros”. Diz quem o ouviu, que dos melhores. Tornou-se pintor com cerca de 70 anos. Pintou o Barreiro dos anos 20, o Barreiro da sua juventude. O Barreiro que guardava nas suas memórias. Com uma pintura realista, vulgo naïf, Belmiro deixou-nos retratos vivos da nossa terra. Um contributo enorme para a história da nossa terra e dos barreirenses.
Em 1994, a Câmara Municipal do Barreiro adquiriu ao autor, quarenta pinturas de acrílico sobre madeira, devidamente emolduradas.

Cândido Lopes nasceu no Barreiro em 1925.

Frequentou a Escola António Arroio onde concluiu o curso de pintura. Ainda jovem, recebeu aulas de pintura com Américo Marinho num curso efetuado no Clube 22 de Novembro, onde no seu términus expôs os seus trabalhos.

Foi conferente de cargas no cais da CUF, sendo posteriormente transferido para uma secção de desenho, por reconhecimento do seu valor.

Saiu de Portugal para a Holanda onde obteve melhores condições de vida. Na Holanda, dedica-se à pintura com menos frequência.

Já de volta ao Barreiro, era nas tertúlias de amigos no Tico Tico ou no Café Barreiro que se dedicava a desenhar tudo e todos e a oferecer os seus desenhos.

Cândido Lopes foi um artista de grande qualidade artística, hoje pouco ou nada reconhecido.

A pintura apresentada é o retrato do Maestro italiano Pierino Gamba, que a Câmara Municipal do Barreiro adquiriu a um Antiquário.

Eugénio Silva nasceu no Barreiro em 1937.

Desde muito cedo manifestou aptidão para as artes. Frequentou a Escola António Arroio. Entre 1950 e 1954 conseguiu o seu primeiro emprego na Litografia Amorim. Posteriormente passou para a CUF onde exerceu funções como desenhador de carpetes.

Eugénio Silva prima pela execução, quer do desenho, quer da pintura em Aguarela, sua técnica de eleição. Possui um vasto currículo nestas disciplinas, tendo diversos livros de BD já publicados.

Neste desenho, Eugénio mostra-nos várias crianças que se encaminham para a escola. A escola era o extinto Asilo D. Pedro V fundado por D. Henriqueta Gomes de Araújo.

Guta de Carvalho nasceu no Barreiro.

Inicia-se na fotografia aos 12 anos.

Nos anos 80, impulsionado por Augusto Cabrita, viaja até Nova Iorque. Quando regressa, publica uma compilação de fotos com todo o percurso feito na cidade.

É hoje um autor com trabalhos premiados, nacional e internacionalmente.

Os trabalhos que se apresentam, foram efetuados aquando da estada do artista moçambicano Malangatana, e são mais uma mostra da mestria artística deste fotógrafo.