“Um Olhar sobre o Barreiro Antigo” foi o mote de reflexão na Conferência realizada a 23 de fevereiro de 2013, o âmbito da exposição coletiva de fotografia “Património Azulejar do Barreiro”, promovida pela Câmara Municipal do Barreiro (CMBCâmara Municipal do Barreiro), na Galeria Municipal de Arte, do Barreiro. Moderado por Lurdes Lopes, responsável pela Divisão de Cultura e Património Histórico e Museológico da CMBCâmara Municipal do Barreiro, a conferência contou com as apresentações dos palestrantes Rui Madeira (professor e artista plástico), Isabel Pires (RTEACJMSS – Rede Temática de Azulejaria João Miguel dos Santos Simões), Maria Antónia Pinto de Matos (diretora do Museu Nacional do Azulejo) e Leonor Sá (coordenadora do Projeto S.O.S Azulejo).
“Barreiro Velho – Barreiro Novo” foi o tema apresentado por Rui Madeira. Em relação à valorização do azulejo, defende que “só se pode amar aquilo que se conhece”. Nascido e criado no Barreiro sentiu desde muito cedo o apelo para aquelas “plaquinhas quadradas”.
Ao longo do seu percurso profissional, transmitiu aos seus alunos as técnicas de Artes Plásticas, Olaria, Cerâmica e mais tarde de Comunicação Visual e Tecnologia, na Escola Secundária Augusto Cabrita. De acordo com o protocolo celebrado entre a CMBCâmara Municipal do Barreiro e a da Escola 2/3 D. Luís de Mendonça Furtado, os alunos do 6º ano elaboraram azulejos de Fachada, no ano letivo 2007/2008, referentes à Casa da Cerca situada no Barreiro Antigo.
“Vamos à procura de contagiar todos com a nossa paixão” defende, acrescentando que são particularmente as novas gerações que “podem fazer a ligação entre o passado e o futuro”.
Ideias não lhe faltam. Propõe:
- Fabricar azulejos nas escolas utilizando a técnica estampilha (papel oleado no qual estão recortados os desenhos com que se pretende decorar o azulejo e sobre o qual se aplicam as tintas) e fazer um levantamento das escolas que têm muflas;
- Formação inicial a professores – oficina pedagógica, centro de formação Barreiro-Moita;
- Estudo de implantação de um Centro Museológico na zona velha do Barreiro;
- Criação de um ateliê de recuperação de azulejos e de execução de cópias e originais;
- Estudo de promoção e de divulgação do Barreiro antigo, através da realização de um layout para folhetos, apresentação e painéis explicativos;
- Sensibilização dos proprietários, com incentivos à recuperação dos seus edifícios.
Por último, fez um apelo à CMBCâmara Municipal do Barreiro, enquanto entidade promotora das Atividades de Enriquecimento Curricular, para concretizar este seu projeto, encontrando nos professores bons parceiros.
Por seu lado, Isabel Pires apresentou um resumo da sua tese de mestrado “Fachadas azulejadas na Margem Sul do Tejo – Barreiro (1850 – 1925)”.
O seu trabalho centrou-se nas avenidas e ruas paralelas e perpendiculares ao Parque Catarina Eufémia, Rua Miguel Pais, Conselheiro José Augusto Aguiar e Rua Marquês de Pombal, num total de 96 imóveis.
Os padrões das fachadas são de diversos tipos, tais como “ferradura”, “rendas”, “palácio da pena”, “esferas”, “cubos”, “lagarto”, entre muitos outros, oriundos das fábricas de Sacavém, Viúva Lamego, Lusitânia, etc.