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Verderena – Companhia Industrial de Vila Franca e Bonfim, Lda. (depois Sociedade Industrial do Bonfim, Lda.), foi inicialmente construída no extremo noroeste dos terrenos da Empresa de Moagem Bonfim, Lda. para fornecer energia elétrica à unidade moageira que laborava nos moinhos da Verderena e à unidade de suinicultura que lhe estava contigua. Foi inaugurada em 5 de outubro de 1926, atingindo uma potência instalada máxima de 528 kW.
A partir de 1929 a central passa a prestar serviço externo no fornecimento ao sector doméstico, industrial e na iluminação pública municipal. A empresa que, a partir do início dos anos 30, adota a denominação de Sociedade Industrial do Bonfim, Lda., passa a receber a partir de 1942 o apoio da União Eléctrica Portuguesa (UEP).
Edifício de traça industrial que margina a Avenida do Bocage, sóbrio de vãos de dimensão assinalável em número de 2, localizados num e outro lado do acesso principal. A sua volumetria justifica-se, pois foram aí instalados os primeiros geradores elétricos para a iluminação publica. Cobertura de duas águas, em telha, rematada por lanternim, formando o alçado principal platibanda no mesmo nível do plano da fachada. É hoje propriedade da EDP.
A construção de habitações para alojamento por parte dos Caminhos de Ferro Portugueses, integrava-se na política “social” da companhia para atrair e fixar pessoal, oferecendo condições de estabilidade familiar e de emprego e contribuindo para o desencorajar de conflitos laborais.
Nessa perspetiva, a empresa construiu vários Bairros, especialmente nos centros ferroviários mais importantes como era o caso do Barreiro.
A 14 de Julho de 1935 foram inauguradas as primeiras moradias do Bairro Ferroviário do Palácio do Coimbra, com a presença do Ministro das Obras Públicas, Eng.º Duarte Pacheco. O Bairro viria a crescer um pouco mais em 1958, quando foram construídas mais 3 habitações, totalizando o conjunto 23 de moradias.
Tipologicamente o Bairro apresenta-se em blocos de 2 moradias unifamiliares de um só piso, com um pequeno quintal, destinadas a duas categorias profissionais o «Pessoal Graduado» e o «Pessoal Braçal». Ambas apresentam algumas variações, ao nível da organização interna do espaço, da decoração das fachadas e do acesso à habitação.
As moradias do «Pessoal Graduado» têm a entrada na fachada principal para a Rua da Bandeira, com uma porta de madeira ao centro flanqueada por duas janelas. O acesso é feito por 4 degraus em pedra calcária. Aproveitando o desnível foram instalados dois canteiros de flores. Os vãos das portas e janelas são rematados por friso em alvenaria pintado, cujo tom é repetido nas barras que percorrem a parte inferior do edifício. Interiormente o espaço é distribuído por 3 divisões e uma casa de banho. Possui outra entrada pelo quintal.
A casa do «Pessoal Braçal» é mais singela na decoração, possuindo apenas uma porta e uma janela. Não tem acesso pela rua principal, que é feito pelo tardoz do edifício. O espaço divide-se igualmente em 3 divisões mas a casa de banho é no exterior.
São pequenas diferenças que refletem o estatuto profissional do seu morador.
Foi construído mais um bloco com 16 habitações em 1959, exterior ao Bairro mas junto ao Palácio do Coimbra.
Em 1964, a CPComboios de Portugal edificou mais 5 moradias junto à antiga Ponte do Seixal.
O Bairro Operário da CUF situava-se inicialmente junto aos terrenos de uma Ermida do século XVII, cuja invocação era Santa Bárbara e por esse facto durante muitos anos assim foi denominado.
Entre 1909 e 1927 ficam concluídas as moradias da Rua dos Óleos, Rua do Ácido Sulfúrico, Rua dos Superfosfatos, Rua do Dinheiro, Rua da Juta e as Travessas da Glicerina, da Oleína, da Estearina, da Pirite e do Azeite de Oliveira. Como se pode verificar existiu a preocupação de relacionar a toponímia do bairro com os produtos gerados nas fábricas.
Do bairro faziam parte alguns serviços de carácter social, destinados apenas aos operários como o Lavadouro junto ao Depósito de água, os Balneários, a Despensa (Mercearia), o Armazém, a primeira Escola Primária do bairro para ambos os sexos aberta em 1927 e o Chalet do Diretor. Esta parte do Bairro já não existe atualmente.
A partir de 1932 a CUF adquiriu todos os terrenos envolventes ao Alto de Santa Bárbara e após a demolição da Capela, dá início ao alargamento do Bairro Operário.
Foram então construídas as moradias para técnicos e outro pessoal dirigente da Companhia e mais alguns blocos para operários, perfazendo o total de 312 moradias. Esta zona que ficaria conhecida como o Bairro Novo e incluía a Rua da Companhia União Fabril, Rua Dalton, Rua Berthelot, Rua Liebig e Rua Lavoisier.
Nesta fase a predominância da toponímia vai para figuras da ciência ligadas à Física e à Química.
O Bairro Operário da CUF enquadra-se na tipologia de construções para operários, na primeira metade do século XX. Em banda de piso único, organizada em quarteirões, apresentando algumas variações tipológicas ao nível dos vãos das fachadas e nos quintais.
As moradias do pessoal técnico apresentam-se geminadas ou isoladas, com dois pisos ou mais, e grande variação ao nível dos vãos e elementos decorativos das fachadas.
É esta última fase de construção do bairro que permanece atualmente.
Por volta de 1850 tiveram início no Barreiro os trabalhos para construção do troço ferroviário ao Sul do Tejo e respetiva estação fluvial.
O caminho-de-ferro torna-se então um forte atrativo laboral, gerando fluxos migratórios provenientes quer do Sul (Alentejo e Algarve), quer do Centro do País (Beiras), que se mistura com a população residente, maioritariamente constituída por pescadores, moleiros e outras profissões ligadas ao rio.
As primeiras construções destinadas a albergar trabalhadores não naturais do Barreiro, nomeadamente ferroviários, começam por surgir junto ao Alto do José Ferreira.
Nos finais do século XIX e início do século XX, com a chegada dos corticeiros e pessoal para a CUF são construídas as primeiras “Correntezas Operárias” na Rua Marquês de Pombal e Largo Alexandre Herculano.
O desenvolvimento da experiência industrial da CUF gera, poderosas dinâmicas de atração populacional. Milhares de pessoas afluem ao Barreiro, que oferece perspetivas de trabalho e vida melhor.
Em 1908 Alfredo da Silva dá início à construção do Bairro Operário da CUF, junto à antiga estrada do Lavradio.
Na década de 30 o Bairro cresce e amplia-se, abarcando quase todo o Alto de Santa Bárbara, com mais de 300 moradias, organizadas em bandas formando quarteirões de ruas cuja toponímia é bastante característica.
A atribuição de casas era um método seletivo para fixação de mão-de-obra mais qualificada e constituía um meio de marcar diferenciações no seio do pessoal. Para a maioria dos trabalhadores indiferenciados restavam, as “Vilas” e os “Pátios Particulares”, no Bairro das Palmeiras (Bairro da Folha), Alto dos Silveiros, Alto do Seixalinho, e tantos outros, onde as condições de habitabilidade eram muito precárias.
Ainda na década de 30 surge junto às Oficinas da CPComboios de Portugal, no Largo do Palácio do Coimbra, o Bairro Ferroviário. É composto por 23 moradias para o «Pessoal Graduado» e «Pessoal Braçal» e foi inaugurado em 1935.
As diferenciações refletiam o estatuto socioprofissional dos moradores.
Os Bairros Operários e “Correntezas Operárias” atualmente existentes no Barreiro, são imóveis que apresentam alto valor histórico-patrimonial, por se tratarem de conjuntos únicos, representativos de uma época, com uma função muito específica: o alojamento operário.
Em 1854 foi adjudicado a um grupo de industriais, entre os quais se destacou José Pedro da Costa Coimbra, a construção do Caminho de Ferro do Sul, entre o Barreiro e Vendas Novas e ramal de Setúbal.
O troço foi aberto ao público em 1 de Fevereiro de 1861.
A escolha do Barreiro para terminal ferroviário foi determinada pelas excelentes condições de acessibilidade marítima, a relativa proximidade com o mercado lisboeta e as instituições comerciais, financeiras e políticas da capital.
Os antigos itinerários medievais, terrestres e marítimos que ligavam o Sul do País a Lisboa, perderam importância face à revolução provocada pela introdução do transporte ferroviário. O Barreiro torna-se então, o nó estratégico na ligação Norte/Sul.
Com a instalação deste novo meio de transporte inicia-se no Barreiro, um processo histórico que marcou indelevelmente o tecido social, económico e urbanístico da antiga vila de pescadores e moleiros, dando origem a uma “moderna vila industrial e operária”.
Os vestígios desse passado de arqueologia industrial, materializados na primitiva estação ferroviária do Barreiro, atuais Oficinas da EMEF (1861), na Estação Sul e Sueste (1884), na “Cocheira” ou Rotunda das Máquinas, nos troços e ramais ferroviários, material circulante, gruas de estação, depósitos de água, armazéns e outras instalações, constituem elementos de valor histórico e técnico, dignos de serem conservados como conjuntos de interesse patrimonial e cultural, portadores de grande carga histórica.
A 4 de Outubro de 1884 é inaugurada a nova estação ferro-fluvial do Barreiro, projetada pelo Eng.º Miguel Pais.
Estação términus, foi dotada de um cais acessível que possibilitava o transbordo mais cómodo a pessoas e mercadorias, entre as duas margens do Tejo.
Arte e técnica conjugam-se nos elementos arquitetónicos do edifício. A fachada Poente virada ao rio, articula elementos decorativos de temática marítima e vegetalista, em estilo neomanuelino, característico do período romântico.
Na fachada Sul, de carácter mecanicista e funcional, está localizado o hangar de embarque dos passageiros. É utilizado o ferro e o vidro, transparente e colorido, materiais construtivos inovadores na época.
Em 1934 foi construída a Avenida de Sapadores que veio facilitar o acesso rodoviário ao local.
A estação sofreu obras de ampliação e remodelação em 1943.
Em 1995 é inaugurado o novo Terminal Rodo-Ferro-Fluvial do Barreiro. A antiga estação Sul e Sueste perde alguma importância, ficando remetida apenas ao transporte ferroviário.
Com as novas acessibilidades previstas, cujo nó de ligação ferroviária passará para o Pinhal Novo, o Barreiro perde de vez a importância histórica que sempre deteve no contexto do transporte ferroviário, como eixo de ligação Norte/Sul.
Antigos fornos de cal em Coina, cujo início de construção está datado de 4 de fevereiro de 1864 por intermédio do seu proprietário, Frederico Eduardo Payant, de ascendência inglesa e conhecido comerciante com residência em Lisboa.
Na direção do Barreiro, na zona ribeirinha de Coina, e junto à EN 10-3, encontramos este complexo de fornos de cal de Coina, inicialmente composto por quatro fornos. Atualmente apenas estão visíveis as três cúpulas de enfornamento, situadas numa parcela de terreno da antiga Quinta do Manique, próximo da antiga estalagem de Coina.
Os fornos de cal de Palhais foram construídos no séc. XVIII, possivelmente depois do terramoto de 1755.
A unidade produtiva constituída por três fornos de cal situa-se no limite sul da Quinta da Estalagem. Encontram-se em ruína junto do que foi uma casa de habitação e da gestão dos fornos, contando ainda com um armazém e o respetivo caís, que possibilitava o fácil escoamento dos materiais ali transformados para os mercados de consumo.
Estes fornos fabricavam cal que era utilizada na construção civil e, na fase final da sua laboração, a cal ali fabricada tinha como principal destino os territórios ultramarinos, servindo como reguladora da acidez dos solos.
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