Início / Conhecer / História / Movimentos Sociais e Resistência à Ditadura
O Portugal da década de 40 pode considerar-se como um país de contraste, dicotomias, um país de perpétuos movimentos.
Compreender a situação interna do País implica um apelo constante à conjuntura internacional da época. E a conjuntura internacional era marcada por um conflito à escala mundial. Em 1 de setembro viria a ter início a II Guerra Mundial, em consequência da invasão da Polónia por parte das tropas alemãs.
A nota oficiosa emitida pelo Governo de António de Oliveira Salazar, anunciando a neutralidade nacional, evitou a participação “ativa” de Portugal no conflito. Evitou os bombardeamentos, os números absurdos de mortos, a influência de variados efeitos colaterais.
Com o desembocar da II Guerra Mundial, o Estado Novo é também confrontado pela primeira vez, com um clima de contestação até então nunca observado. De facto, será após o 1 de setembro ou, se quisermos recuar um pouco mais, desde a Guerra Civil espanhola, que o Governo de Salazar observa um crescendo, incluso, no fornecimento das organizações de oposições ao Regime.
Apesar da observância da neutralidade equidistante e, após agosto de 1943, da neutralidade colaborante, a verdade é que foi impossível evitar o estabelecimento de uma economia de guerra em Portugal, em parte resultante do “decreto de Represálias”, estabelecido pelo governo inglês aos países da Península Ibérica, e que viria a resultar numa política de bloqueio económico.
A questão das subsistências, aliada à falta de matérias-primas e ao congelamento dos salários numa tentativa de controlar a inflação, irá desembocar numa tentativa de controlar a inflação, irá desembocar num clima sério de contestação ao regime, sobretudo a partir de 1941, ano em que, e aliado a estes fatores, deve considerar-se ainda os maus resultados da produção agrícola.
Os portugueses assistem então a uma clivagem social crescente, acompanhada de fenómenos novos, como sejam o afluxo de refugiados, a propaganda das potências beligerantes, a espionagem e contraespionagem e a corrida especulativa a matérias estratégicos, como o volfrâmio. Isto porque, a riqueza existia, embora nas mãos de alguns. O “novo-riquismo” é uma realidade. A miséria entre as classes trabalhadoras (operários e camponeses) e incluso na classe “média” também.
A agitação tende a agravar-se num crescendo. 1941, 1942 e, finalmente, 1943, o Verão quente de 1943.
As carências agravam-se, não apenas no âmbito das subsistências, mas também no que concerne às matérias-primas necessárias ao desenvolvimento da indústria.
Para além do congelamento de salários, dos preços extravagantes praticados no mercado negro, do açambarcamento, do favoritismo nas filas de racionamento, observa-se agora o despedimento de muitos trabalhadores ou, a redução do horário laboral destes, motivado pela falta de matérias-primas, o que irá agudizar ainda mais a questão salarial.
Entretanto, e após reorganização levada a cabo a partir de 1940/41, o Partido Comunista Português torna-se a principal força da oposição, ganhando cada vez uma maior influência entre os trabalhadores, em parte também justificada pelo papel desempenhado pela Rússia no desenrolar do conflito.
Aliada a estes fatores, a destituição de Mussolini pelo Rei a 25 de julho de 1943. É o início do fim do regime fascista em Itália e nasce a esperança da destituição dos regimes totalitários vigentes na Europa, complementada com a inversão da iniciativa bélica na Frente Leste, com clamorosas derrotas para as forças do Eixo.
Assim, e pese embora toda uma série de contestações anteriores, das paragens pontuais no trabalho, das greves de novembro em 1941 e de outubro/novembro de 1942, só em julho/agosto de 1943 estarão implantadas as condições para que o movimento grevista ganhe uma maior amplitude, sobretudo em Lisboa e na margem sul do Tejo, com particular destaque para a vila do Barreiro, importante centro fabril nacional que, embora já anteriormente palco da contestação ao regime de Salazar, só a partir de 1943 conquistará um papel fundamental na história da resistência ao fascismo.
Porque, e desde 27 de julho de 1943, dia em que as fábricas da CUF aderiram à greve iniciada no dia anterior em Lisboa, a repressão sobre os habitantes da Vila seria uma constante, com medo da sua própria sombra, a capacidade de resistência foi sempre uma verdade inquestionável.
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