Descobrimentos
Barreiro e os Descobrimentos - Contexto Histórico
Desde os primórdios da Expansão Portuguesa que o Barreiro desempenhou um papel de excecional relevância na logística dos Descobrimentos.
Ao longo dos séculos XV a XVII, o incremento económico foi particularmente sensível na Margem Sul do Tejo e em especial no atual território do Concelho do Barreiro, revestindo esta zona de aspetos cujos vestígios ainda atualmente nos são contemporâneos.
O vinho, a lenha, a madeira, o sal, a moagem e a pesca, entre outras, foram atividades que exprimiram o potencial de riqueza que a «Outra Banda» ofereceu ao consumo lisboeta.
A existência de infraestruturas de produção como o Complexo Real de Vale de Zebro (sécs. XV a XIX), o Estaleiro Naval da Telha (finais do séc. XV), o Forno Cerâmico da Mata da Machada (sécs. XV/XVI), constituem testemunhos de um passado em que várias especializações funcionais se congregaram, trazendo para esta região gentes de diversos e muitos saberes. Aqui encontramos profissões como carpinteiros de machado, calafates, lapidários de diamantes, marinheiros, feitores, almoxarifes, biscouteiros, entre muitos outros.
Ao nível da arquitetura e da arte, existem alguns testemunhos, que embora sem o grande fulgor do manuelino, atestam a importância que a expansão teve localmente. São disso exemplo, a Igreja de Palhais (Monumento Nacional desde 1922), o portal manuelino da antiga Ermida de S. Sebastião no Barreiro, o Convento da Madre de Deus da Verderena e o extinto Convento de Nª Sª dos Prazeres em Palhais.
Estes monumentos devem a sua edificação, ou a eles estão ligadas figuras proeminentes da expansão portuguesa como Álvaro Velho do Barreiro, autor do manuscrito sobre a viagem de Vasco da Gama à Índia, D. Francisca de Azambuja, esposa do cavaleiro Álvaro Mendes de Vasconcelos perecido na batalha de Alcácer Quibir, D. Francisco da Gama, filho do grande navegador D. Vasco da Gama, entre outros.